Biografias
Hoje considerada um dos ícones do feminismo, Frida Kahlo foi uma pintora mexicana, conhecida por aspectos de sua história e seu jeito marcante de se vestir e expressar seu eu. Vamos descobrir mais sobre ela?
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[Retrato de Frida Kahlo. Imagem: Coletivo Juntas! | Reprodução] |
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ALGUNS FATOS IMPORTANTES
O nome completo é Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, sendo Frida Kahlo um nome artístico. Ela nasceu na vila de Coyoacán, perto da Cidade do México, em 6 de julho de 1907.
Seu pai era Guillermo Kahlo, fotógrafo de origem alemã. Como artista, ele sempre incentivou a filha a ser do meio artístico também. A mãe de Magdalena era Matilde Gonzalez y Calderón, mulher descendente de espanhóis e indígenas, extremamente católica.
Na infância, Frida teve algumas doenças que a marcaram. Aos seis anos, a poliomielite deixou uma sequela no pé. Envergonhada com isso, Frida optava pelas calças compridas e, depois, por longas saias coloridas, virando uma marca pessoal.
Frida Kahlo dizia see "filha da Revolução Mexicana", que ocorreu em 1910, três anos após seu nascimento, e se estendeu até 1920. Até os treze anos, ela via tiroteios, conflitos populares e camponeses armados. A família Kahlo vivia no bairro de Coyoacán, e lá a mãe de Frida costumava oferecer comida e ajuda aos Zapatistas.
Mais tarde, um grave acidente de bonde, aos dezoito anos, a impediu de caminhar normalmente. Nesse novo contexto de vida, Frida focou ainda mais na carreira de pintora.
Ela estudou na “Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México” assuntos relacionados à arte e filosofia. Foi lá, também, que conheceu Diego Rivera (1886-1957), grande representante do muralismo mexicano. Mais tarde, em 1928, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano.
Nos últimos anos de vida, em 1950, teve de amputar a perna. Foi um baque, que causou depressão, e de onde teria surgido a célebre expressão: "para que preciso de pés se tenho asas para voar?"
SUA PERSONALIDADE
Frida Kahlo viveu por um período nos EUA. Lá, ela homenageava povos mexicanos usando roupas e adereços típicos. Essa homenagem vinha de uma clara identificação com suas origens, característica forte de sua personalidade. Ela adorava a comida e os trajes, servindo-se de tacos a mariachis.
Lá em solo estadunidense, fazia festas com papel picado, tequila e usava vestidos típicos. Os estadunidenses viam isso como exótico, mas a aura de Frida conquistava as pessoas. Nos anos 1960, as pessoas passaram a ir ao México buscando essas características.
Considera-se Frida a metáfora do México: colorida, dinâmica, mas com várias feridas. O tempo também fez com que se criasse visões distorcidas da pintora de esquerda e bissexual, ou ainda de sua força para lutar com as dificuldades como a amputação de membros.
Fazer arte sensível disso fez com que as pessoas se identificassem. As obras têm cunho autobiográfico.
A visão sobre Frida dentro do México é mais comedida. Ela é apreciada na mesma ordem de outros nomes nacionais como María Izquierdo e Remedios Varo.
Autor de uma biografia de Frida Kahlo, Herrera menciona que as roupas dela, mesmo que parecesse frágil, a faziam sentir mais magnética, mais visível e presente no espaço. As roupas eram uma distração de seu interior.
Os coletes ortopédicos ficavam à mostra. Ela os enfeitava com adereços e parecia que faziam parte da roupa. Quando sua saúde piorou, ou mesmo quando não saía do quarto, os adereços foram ficando mais elaborados e coloridos.
O CASAMENTO COM DIEGO RIVERA
No ano de 1929, Frida casa-se com Diego Rivera, ela com vinte e dois anos, ele com quarenta e um. Eles foram viver na Casa Azul, que hoje é um museu dedicado à vida e obra da artista.
Por três anos, eles moraram juntos nos EUA. Lá, viveram em New York, Detroit e San Francisco.
A relação de Frida e Diego era complicada, não apenas por eles dois, mas por casos extraconjugais. Diego tinha uma relação amorosa com a irmã mais nova de Frida, Cristina Kahlo, resultando em vários filhos.
Dez anos após o casamento, Frida disse a Diego que ela passou por dois grandes acidentes, o bonde e ele, sendo o segundo o pior de todos.
A relação conturbada foi entre tapas-e-beijos, traições e declarações de amor. Eles chegaram a se casar duas vezes.
FRIDA E A ARTE
Frida atuou como artista plástica e também foi professora de pintura na Escola Nacional de Pintura e Escultura "A Esmeralda" na Cidade do México. Também teve obras expostas mundialmente, em museus como:
× Julien Levy Gallery, em Nova York (1938).
× Galerie Renou et Colle, em París (1939).
× Galería de Arte Mexicano de Inés Amor, na Cidade do México (1940).
× Galería de Arte Contemporáneo de Lola Álvarez Bravo (1953).
As obras expostas, e o conjunto do que Frida produziu artisticamente, narra sua vida, sendo um meio de cura, para se expressar. Elas têm cores fortes e vibrantes, temas da cultura popular mexicana e folclore indígena.
Na visão de pintores como André Breton (1896-1966) e Salvador Dalí (1904-1989), Frida Kahlo tinha obras surrealistas. Frida discordava, dizendo que não pintava sonhos, mas a própria realidade. Em alguns momentos, essa realidade foi dura, como na perda de três filhos.
A sua realidade não era apenas sua, mas seu contexto de vida. Frida leu uma notícia sobre um homem que matara a esposa a facadas, por ciúme, e que se defendera no tribunal dizendo que foram cortes pequenos. Isso a inspirou a pintar Unos Cuantos Piquetitos (1935), onde uma mulher ensanguentada se destaca.
Assuntos privados da vida das mulheres viravam públicos na arte de Frida. Mesmo antes de um movimento feminista declarado, isso virava arte e se tornava político.
Algumas obras de Frida Kahlo:
× Autorretrato em um vestido de veludo (1926).
× Retrato de minha irmã Cristina (1928).
× O ônibus (1929).
× Frida e a cesárea (1931).
× Meu nascimento (1932).
× Hospital Henry Ford (1932). Essa obra também é conhecida como "A cama voadora".
× As duas Fridas (1939).
× Diego em meu pensamento (1943).
× A Coluna Partida (1944).
× Veado ferido (1946).
× Viva a Vida (1954).
"Viva a vida" é considerado a última produção da Frida Kahlo.
CURIOSIDADES SOBRE FRIDA
Mas a vida de Frida Kahlo teve mais fatos curiosos do que se costuma falar:
1 - Ela teve um romance escondido com o intelectual marxista e líder da Revolução Russa Leon Trotsky (1879-1940).
2 - Ela era bissexual.
3 - As gestações foram momentos difíceis. Ela tentou se suicidar diversas vezes e sofreu três abortos, pois o acidente que perfurou seu útero e atingiu sua coluna, a impediu de ser mãe.
4 - Alguns estudiosos consideram que Frida morreu por envenenamento, por uma das amantes de Diego Rivera.
UM REGISTRO DE VOZ DE FRIDA KAHLO
Quase não existem registros com a voz de Frida. Em 2019, foi descoberta uma gravação de programa de rádio, único registro de voz da artista.
Nessa gravação, datada de 1949, Frida recita um texto em que descreve seu marido. Um trecho:
Ele é um menino grande, imenso, com rosto amável e olhar triste. Seus olhos saltados, escuros, inteligentíssimos e grandes quase não param, estão quase fora das órbitas por causa das pálpebras inchadas.
A MORTE DE FRIDA
Uma grave pneumonia, com embolia pulmonar, fez com que Frida falecesse em 13 de julho de 1954, com quarenta e sete anos de idade. Cabe ressaltar que pessoas em condição de cama por muito tempo podem ter enfraquecimento dos pulmões, devido à pior condição muscular.
Apesar disso, há quem pense que Frida cometeu o suicídio. No diário da artista, a frase encontrada é um misto entre desalento da vida e conformismo após anos de dor:
Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais.
E UMA GRANDE ARTISTA BRASILEIRA
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