O que fez Ayrton Senna?

Biografias

 

Ainda existem fãs de Fórmula 1 no Brasil, mas esse sentimento é menor do que acontecia em algumas décadas atrás. É que nos anos 1980 e 1990, o Brasil viu Ayrton Senna brilhar, ele que seria o nosso maior ídolo do automobilismo. Os grandes nomes da F1 atuais, inclusive, se inspiram muito em Senna e falam disso até hoje.

 

Vamos ver um pouco mais sobre como foi essa trajetória? Descubra mais nos parágrafos a seguir.

 

Ayrton Senna dentro da McLaren

[Ayrton Senna na McLaren. Imagem: Terra | Reprodução]


 

DEPOIS, VOCÊ PODE LER TAMBÉM

» A vida de Zagallo

 

» Confira a biografia de Arnaldo Jabor

 

» Quem foi Newton Zarani?

 

PRIMEIROS ANOS

 

Senna é natural de São Paulo, bairro de Santana, nascido em 21 de março de 1960. Quando criança, era conhecido como Caneco, mas sua prima Lilian trocou para Beco, pois ela era bem pequena e não sabia falar o apelido original.

 

O nome de batismo de Beco era Ayrton Senna da Silva. No começo, o corredor foi conhecido como Ayrton da Silva, mas em 1981, adotou Ayrton Senna, sobrenome da família da mãe.

 

No ano de 1981, com vinte anos de idade, casou-se com Lilian Vasconselos, que foi uma união breve, durando um ano. Depois, Senna ainda teria alguns relacionamentos - namoros - com famosas como Xuxa Meneghel e Carol Alt (modelo e atriz estadunidense). 

 

Ayrton era uma pessoa bem próxima da família. Sempre que possível, queria estar rodeado de quem amava. Também gostava de viajar para Angra dos Reis, seu destino de férias.

 

Perto do falecimento, seu namoro era com outra apresentadora, naquela época modelo, Adriane Galisteu. Nenhum desses relacionamentos gerou filhos.

 

A morte dele aconteceu de maneira trágica, por um acidente ao colidir nas defensas do Grande Prêmio de San Marino, em Ímola. O 1º de maio de 1994 ficou marcado pela grande tristeza do Brasil. O velório durou cerca de 22 h e foi acompanhado por duzentas e quarenta mil pessoas.

 

Senna é filho de Milton Teodoro Guirado da Silva, empresário do ramo da indústria de acessórios automotivos (isso teve influência no filho, como veremos a seguir) e de Neide Senna, a famosa Dona Zaza. A outra filha do casal é Viviane Senna, presidente do instituto Ayrton Senna e mãe de Bruno Senna, que também viria a ser piloto de Fórmula 1 entre 2010 a 2012.

 

INÍCIO NO KART

 

O kart foi o começo de Senna, assim como vários pilotos. O pai dele, conhecedor de peças e carros, montou seu primeiro kart, que era com motor de cortador de grama e chegava aos 60 km/h. Esse foi o principal brinquedo de infância de Senna.

 

Aos sete anos, Ayrton começou a dirigir um modelo de kart profissional, mas sem competir. A primeira volta dele num circuito de kart foi aos onze anos, na chuva.

 

Com treze anos, resolveu desmontar seu próprio kart. A ideia era de descobrir a função de cada peça e analisar como poderia ser mais rápido.

 

Foi com essa idade, em 1973, que participou da primeira corrida oficial de kart. Era um circuito improvisado em Campinas-SP.

 

Ayrton era muito mais novo do que os demais, e chamou a atenção de quem assistia. Diz-se que ele reinventou a forma de pilotar um kart. Ele competia com o número dezesseis.

 

O primeiro título viria em 1974, no Campeonato Paulista de Kart. O bicampeonato sairia em 1976. Mais tarde, ele seria tricampeão brasileiro (1978, 1979 e 1980) e bicampeão sul-americano (1977 e 1980).

 

Ao final dos anos 1970, Ayrton também foi para campeonatos europeus e asiáticos de kart, quando tentou ser campeão mundial, sonho que não se concretizou. Ele participaria do mundial de 1978 a 1982.

 

O maior rival era o britânico Terry Fullerton. Ele e Senna, até depois na F1, eram grandes rivais e sabiam das qualidades um do outro: era rivalidade, respeito e admiração.

 

A FÓRMULA FORD

 

Começando os anos 1980, Senna tinha um dilema familiar a seguir, quando você tem um legado de família. O gosto por automóveis era uma herança do pai, mas não a vontade de ser o gestor dos negócios dele. Ayrton até estudou Administração na FAAP, mas não prosseguiu.

 

Ele queria seguir no automobilismo e foi apoiado pela família. A ideia era de mudar para a Inglaterra e competir em grandes campeonatos. Essa mudança seria crucial na carreira. 

 

Senna passou um ano testando carros de Fórmula no circuito de Snetterton, em Norwich, e competindo no kart. Nem todos os pilotos queriam essa transição de categoria, mas era um desejo que Senna trazia consigo.

 

O talento de Ayrton chamou a atenção de patrocinadores. Com isso, entraria na Fórmula Ford 1600 em 1981, pela equipe Van Diemen Racing. Ele venceu a maioria das corridas nesse ano e foi campeão. Tamanha surpresa que ele causou, que Ralph Firman, chefe da equipe, cravou que um dia ele seria campeão da F1.

 

Em 1982, apesar de seu título, faltou patrocínio. Com isso, Senna voltou ao Brasil e foi trabalhar na empresa do pai. De lá da sede da firma, receberia uma proposta para trabalhar na Fórmula Ford 2000, não tão boa financeiramente, mas importante para a carreira porque permitiria a continuidade.

 

O carro de Fórmula 2000 tinha aerofólio e outros aspectos que o faziam mais agressivo do que o de Fórmula 1600. Senna se adaptou ao novo carro, venceu treze das quinze corridas do campeonato e se sagrou campeão.

 

A FÓRMULA 3

 

Subindo mais um degrau, Senna foi para a Fórmula 3 britânica, considerada porta-de-entrada para a F1. O convite veio de Eddie Jordan, irlandês que depois teria também uma equipe na Fórmula 1. No teste, Senna superou o tempo do então piloto titular.

 

Ainda correndo pela Fórmula 2000, Senna correu de Fórmula 3 na equipe West Surrey Racing, em Thruxton, em 1982. Como era corrida televisionada, seria ótimo para atrair patrocinadores.

 

A combinação não poderia ter sido melhor: pole position, volta mais rápida e vitória da corrida. O contrato veio assim que a corrida acabou, para a temporada seguinte.

 

Em 1983, Senna e Martin Brundle disputaram muito a Fórmula 3. Ambos acabariam na F1, e coincidentemente, Brundle pilotava para Eddie Jordan.

 

O campeonato foi disputado, deu trabalho, mas isso não quer dizer que Ayrton não tenha ganhado a maioria das corridas e sido campeão. Eddie Jordan dizia que Senna fazia as duas primeiras voltas muito rápidas e deixava os adversários atônitos.

 

Dirigir tão bem um carro monoposto de corrida chamaria a atenção de equipes da Fórmula 1. No ano de 1983, antes de ganhar o título da Fórmula 3, Senna testou o carro da Williams, uma das grandes equipes da F1. De acordo com o chefe da equipe, Frank Williams, todos ficaram perplexos com tamanho desempenho, que envolveu o recorde do carro na pista de Donington Park.

 

Também em 1983, Ron Dennis, chefe de McLaren, chamaria Senna para teste. Ele deu duas voltas no carro da equipe em que também faria parte mais adiante.

 

NA FÓRMULA 1

 

Sabe aquela estória de ser bom, mas nunca começar sentando ao lado da janela? Com Senna foi o mesmo. Ele teve bons resultados nos testes da Williams e McLaren, mas seria arriscado a elas contratar de pronto alguém assim.

 

A Lotus era equipe mediana e poderia ser caminho, mas não rolou. As conversas só foram frutíferas com a pequena equipe Toleman.

 

O carro usado por Senna era uma Toleman-Hart TG184. Num leilão anos depois, em 2018, essa relíquia foi vendida pela bagatela de R$ 6.200.000,00.

 

O Grande Prêmio do Brasil, que era em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, foi a primeira corrida de Ayrton na Toleman, em 25 de março de 1984. Apesar de ser grande a vontade de fazer bonito no Brasil, ele abandonou a corrida na oitava volta porque o motor falhara.

 

No segundo GP, da África do Sul, chegou em sexto. Isso garantiu seus primeiros pontos na F1, de todos os seiscentos e quatorze no total. Ao final da temporada, completou treze pontos e a nona posição.

 

A melhor corrida foi no GP de Mônaco, onde jornalistas especializados afirmam que Senna só não venceu porque a forte chuva a interrompeu. Ele saiu da décima-terceira posição e chegou até a incomodar o então tricampeão Niki Lauda.

 

Ele acabou em segundo lugar. Prost foi o vencedor. Mais adiante, faria jus ao título de Rei-de-Mônaco, com seis vitórias de dez corridas disputadas por lá.

 

No segundo ano de F1, Ayrton trocou a Toleman pela Lotus, correndo lá por três anos, com uma Lotus 97T. Foi nela que conseguiu começar a brigar pelas primeiras posições e até pela vitória. Falando em vitória, a primeira chegaria em 21 de abril de 1985, no GP de Portugal.

 

Foi um dia de muita chuva, e Senna era muito bom em pista molhada. A corrida foi interrompida com nove carros restantes na pista, sendo Senna líder.

 

Na Lotus, Senna teve seis vitórias: Portugal (1985); Bélgica (1985); Espanha (1986): Estados Unidos (1986 e 1987) e Mônaco (1987). Nos anos de 1985 e 1986 foi quarto colocado mundial e em 1987, foi terceiro, ano em que o brasileiro Nelson Piquet ganharia o mundial.

 

A Lotus foi um avanço, mas Ayrton Senna sabia que era preciso mais para ser campeão mundial. Os melhores carros da época eram McLaren e Williams, e a escolha foi ir para a McLaren quando as portas se abriram, facilitada porque ambas usavam motor Honda.

 

Até então, Senna acabava sendo o piloto principal das equipes em que entrava. Na McLaren, porém, existia o francês bicampeão de F1, Alain Prost.

 

No ano de estreia na McLaren, Ayrton seria o campeão mundial pela primeira vez. O título de 1988 veio com treze poles e oito vitórias. O circuito todo tinha dezesseis corridas, das quais quinze foram vencidas ou por Senna, ou por Prost. O brasileiro, inclusive, começou perdendo e depois ultrapassou a pontuação do então líder, vencendo a partir do circuito de Suzuka.

 

Ao final de 1989, Senna e Prost protagonizaram um clima que ficou insustentável e acabou com a saída do francês, que achava que o chefe da equipe (Ron Dennis) tinha preferência pelo brasileiro. O austríaco Gerhard Berger viria para a McLaren e se tornaria o melhor amigo de Senna na F1, enquanto Prost iria para a Ferrari.

 

Houve muito ba-fa-fa em relação ao campeonato. Jean-Marie Balestre, então presidente da Fisa (Federação Internacional de Automobilismo Esportivo) declarou o compatriota Prost campeão, mesmo tendo abandonado uma corrida. Senna disse que era manipulação, e para entrar na disputa de 1990, foi obrigado a se retratar, num embate duro, que envolvia também o dono da equipe.

 

Agora em equipes diferentes, Senna chegou ao GP do Japão, em 1990, como líder do campeonato. Senna forçou uma ultrapassagem em Alain Prost e ambos saíram da pista, abandonando a corrida. A manobra teria sido uma revanche de algo similar em 1989, e dela teria cravado o segundo mundial de Ayrton Senna.

 

Em 1991, o carro de Prost não foi páreo. Ayrton Senna ganhou as quatro primeiras corridas. Uma delas foi a do Brasil, onde aconteceu de tudo: problemas no câmbio, perda de marchas e chuva. Ayrton fez um esforço danado para ganhar Interlagos, chegando ao final sem forças nem para levantar o troféu no pódio.

 

Naquele ano, o rival seria Nigel Mansell, da Williams. Na corrida do Japão, Mansell teve uma batida e isso garantiu o tri de Senna. Outro fato interessante foi que o brasileiro quis deixar seu amigo ganhar aquela corrida: antes do fim, diminuíra a velocidade de propósito para Berger ganhar.

 

Já em 1992, com o avanço da Williams, pois as equipes evoluem seus carros constantemente, foi difícil para Ayrton competir no páreo e ele não repetiu o feito do ano anterior. Conseguiria ganhar três corridas, e se defender de Mansell em Mônaco, por várias voltas.

 

Com o título de 1992, Nigel Mansell se aposentou e Alain Prost assumiu seu lugar, depois de um ano longe da F1. Mansell ainda faria algumas corridas em 1994 e 1995.

 

Em 1993, Senna venceria cinco corridas e Alain sete, sendo o eterno rival o campeão daquele ano. Uma das cinco vitórias de Ayrton foi no GP da Europa (Donington, Inglaterra), onde faria a considerada melhor primeira volta da história.

 

Naquele ano, a McLaren havia trocado o motor Honda pelo Ford. Isso ajudou no desempenho. Das cinco vitórias de Senna, a última de sua carreira foi a de Adelaide, GP da Austrália.

 

AYRTON SENNA - SÍMBOLO DO BRASIL

 

O crescimento de Ayrton Senna no esporte não só popularizou a F1 no Brasil, como o tornou um herói nacional.

 

O final dos anos 1980, recém saindo da Ditatura Militar, com uma economia em crise, fez com que muitos brasileiros estivessem na linha da pobreza, ou com renda mais baixa.

 

Naquele período ruim, ver Senna vencendo e erguendo a bandeira brasileira nas suas vitórias, ou ainda disputando com o célebre capacete verde e amarelo, era um orgulho para o Brasil. Ele virou um arquétipo do herói nacional.

 

Se existe herói, existe vilão. Como hoje as pessoas ficaram doidas com Simone Biles contra Rebeca Andrade, naquela época colocaram Alain Prost como vilão. Hoje, os tempos mudaram e Prost é colaborador do Instituto Ayrton Senna, que faz projetos educacionais para crianças.

 

Um episódio especial de Senna foi quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo de Futebol Masculino em 1986, no México, jogando contra a França. A corneta estava até na F1: os mecânicos da Lotus mexiam com um motor francês Renault e o projetista também era da terra do Croissant, Gerard Ducarouge.

 

No GP de Detroit, EUA, logo após a eliminação do Brasil na copa, várias pessoas brasileiras nas arquibancadas estavam com bandeiras nacionais. Senna decidira pedir a bandeira para uma das pessoas como sinal de patriotismo, independentemente do que tenha acontecido, e a usou como símbolo naquele dia.

 

O TRÁGICO ACIDENTE

 

Alain Prost se aposentaria depois do título de tetracampeão de 1993, e ali era a hora de Senna entrar na Williams. Nas duas primeiras corridas do ano, Senna teve problemas no carro e abandonou, e nelas quem viria a ser o maior campeão da categoria até hoje, o heptacampeão Michael Schumacher, seria o vencedor.

 

Apesar de a Williams ser promissora, vários problemas ocorreram naquela temporada. A Fia barrou recursos eletrônicos do carro, como suspensão ativa e trouxe o reabastecimento de volta. Bem lembrando, "Fórmula" é porque os carros têm certos elementos que precisam atender, justamente uma "fórmula", e se ela muda, os carros precisam estar de acordo.

 

Depois de onze anos dos testes na Williams em Donington Park, uma triste coincidência seria a morte de Senna quando novamente pilotava uma Williams. Era final de abril, circuito de Ímola, em San Marino, terceiro GP do campeonato.

 

No treino livre da Sexta-feira, o novato Rubens Barrichello sofreu um acidente grave e foi hospitalizado com uma fratura no nariz e escoriações, tendo luxação na costela. O impacto foi muito grande, de 90 • g (noventa vezes a força da gravidade). Sábado, já no treino classificatório, o austríaco Roland Ratzenberger, 33, sofrera um acidente grave e acabou falecendo na hora.

 

Questões psicológicas afetam as pessoas nesses episódios. Num post aqui do blog, falamos do que Robert Cialdini chama de "imitações fatais", onde episódios trágicos acabam se sucedendo muito rápido por conta dessas questões (para ler, clique aqui).

 

Os demais pilotos ficaram apreensivos, e Senna chegou a se reunir com outros deles para exigir mais segurança, cogitando-se até não correr naquele dia. Pilotos e diretores chegaram a um acordo e a corrida aconteceu.

 

Ayrton queria conter o crescimento de Michael Schumacher. Senna, então, fez a volta mais rápida do classificatório e largou na pole no domingo.

 

A corrida já começou com um acidente entre JJ Lehto e Pedro Lamy. No impacto, destroços voaram nas arquibancadas e atingiram nove pessoas. Senna seguiu liderando as primeiras voltas, com Schumacher na segunda posição. 

 

Na sexta volta, a barra de direção quebrou e ele perdeu o controle do carro, batendo numa mureta de proteção da curva Tamburello a quase 300 km/h. Uma das rodas se soltou e bateu no capacete do piloto, afundando parte de seu crânio.

 

O socorro foi rápido e Ayrton foi levado de helicóptero ao hospital Maggiore de Bolonha, porém a gravidade do acidente fez com que ele não resistisse. A morte aconteceu em 1° de maio de 1994, confirmada às 18h40 do horário local, 13h40 no horário de Brasília.

 

A notícia era de que havia sido morte cerebral instantânea pós-traumatismo. Pelas Leis italianas, a corrida deveria, com isso, ter sido cancelada, assim como o treino de sábado, pela morte de Ratzenberger.

 

Bernie Ecclestone, então chefão da F1, disse que os óbitos foram fora da pista. Com isso, a prova seguiu e tudo valeu para o campeonato, com Michael Schumacher como vencedor do GP.

 

Imediatamente, no Brasil, foi declarado luto oficial de três dias. O velório foi em 4 e 5 de maio de 1994, em São Paulo, na Assembleia Legislativa, com ponto facultativo nas repartições públicas. Foram duzentas e quarenta mil pessoas acompanhando presencialmente, mais as que viram a transmissão ao vivo do cortejo pela TV.  O caixão de Senna foi carregado pelos seus colegas: Emerson Fittipaldi, Gerhard Berger, Alain Prost, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Thierry Boutsen, Jackie Stewart, Raul Boesel, Roberto Moreno, Michele Alboreto, Johnny Herbert, Pedro Lamy, Wilson Fittipaldi e Damon Hill.

 

Foram episódios muito sérios, e tamanha a comoção, não poderiam faltar as explicações e responsabilidades. Em 1997, Adrian Newey, projetista da Williams, foi indiciado pela justiça italiana, bem como o chefe Frank Williams e Patrick Head e mais três pessoas.

 

A quebra da coluna de direção da Williams de Senna ocorreu por uma solda malfeita. A peça foi recolocada em outro ângulo para evitar que as mãos do piloto esbarrassem no cockpit ao segurar o volante.

 

Os acusados foram absolvidos: considerou-se que a promotoria não conseguiu provar as causas da morte. Num novo julgamento de 2007, concluiu-se que houve falhas de projeto e execução. A responsabilidade recaiu sobre Patrick Head, mas o crime prescreveu passados treze anos.

 

Na autobiografia de Adrian Newey, ele afirma se sentir responsabilizado pelo acidente de Senna. No livro, publicado em 2017, ele fala que era oficial sênior na equipe onde um grande piloto morrera, que o eixo mal desenhado não poderia ter sido permitido num carro. A transição da suspensão ativa para o passivo ficou ruim e o carro era aerodinamicamente instável. Ayrton tentou coisas que o carro não permitia fazer e ficou difícil de controlar.

 

LEGADO E HOMENAGENS

 

A partir da morte de Senna, o triste episódio não poderia, ao máximo, ser repetido. Os carros ficaram mais seguros e nenhum acidente fatal ocorreu por vinte anos. A única morte na F1 depois de Senna foi nove meses após a batida do francês Jules Bianchi em um trator que retirava um veículo que batera pouco antes, no ano de 2014. 

 

Isso não significa ausência de sustos. Uma mola do capacete de Rubens Barrichello atingiu o capacete de Felipe Massa em 2009, GP da Hungria, exigindo que fizesse uma cirurgia e fosse voltar às pistas em 2010.

 

Falando em Barrichello, somente em 2000 é que veríamos novamente um brasileiro ganhar na F1. A vitória de Rubens aconteceria no GP da Alemanha daquele ano.

 

Além desse clamor de segurança, Senna também teve de legado o Instituto Ayrton Senna, ONG que beneficia mais de um milhão e meio de crianças brasileiras. São projetos educacionais, formação de educadores e parcerias com escolas públicas. Esse instituto e as marcas Senna e Senninha são feitos do piloto em vida.

 

Como homenagens, existem duas estátuas de Ayrton. Uma delas é em Donington Park, local da melhor primeira volta de todas, e a outra em Ímola, local da infeliz tragédia que o levou à morte.

 

Também ocorreu, em 1° de maio de 2019, o primeiro Senna day em Interlagos. O evento que marcou os vinte e cinco anos do falecimento teve atrações musicais, exposição de carros e objetos pessoais do piloto, atividades infantis e corridas de kart.

 

OS TÍTULOS E ESTATÍSTICAS DE SENNA

 

Antes da Fórmula 1, os números de Ayrton Senna são:

 

× Bicampeão paulista de Kart: 1974; 1976.

× Tricampeão brasileiro de Kart: 1978; 1979; 1980.

× Bicampeão sul-americano de Kart: 1977; 1980.

× Campeão de Fórmula Ford 1600: 1981.

× Campeão de Fórmula Ford 2000: 1982.

× Campeão de Fórmula 3 britânica: 1983.

 

E dentro da F1:

 

× Tricampeão: 1988; 1990; 1991.

× Vice-campeão: 1989 e 1993.

× Vitórias: 41.

× Pódios: 80.

× Pole positions: 65.

× Voltas mais rápidas: 19.

× Voltas lideradas: 2.931.

× Corridas disputadas: 161.

× Hat trick (pole, vitória e volta mais rápida): 7.

× Grand slam (pole, volta mais rápida e vitória de ponta a ponta) 4.

× Temporadas: 11 (de 1984 a 1994).

× Abandonos: 60 (37 % dos GPs).

 

Na F1, Senna igualou o tri de Nelson Piquet. Ele também sucedeu a Emerson Fittipaldi, primeiro brasileiro a ganhar um título de F1, e que chegou ao bicampeonato.

 

E NA HISTÓRIA DE OUTRO ESPORTE, O FUTEBOL?

 

Vimos aqui números impressionantes de Senna. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você confere outros números surpreendentes, mas do futebol de campo nacional:

 

E AINDA MAIS PARA VOCÊ:

👉 Alguns recordes no Futebol Brasileiro

 

 

GOSTOU DESSA POSTAGEM ? USANDO A BARRA DE BOTÕES, COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS 😉!

Postar um comentário