A ditadura militar e o pseudônimo de Chico Buarque

 História

 

Ao longo dos tempos, por vários motivos, artistas usaram pseudônimos: despistar os leitores, evitar perseguições ou ainda se apresentarem com nomes mais simples (nomes artísticos). No período da ditadura militar, isso também aconteceu com Chico Buarque: vamos ver como foi e o porquê?

 

Chico Buarque chegou a conceder entrevista como Julinho da Adelaide

[A reportagem de Mário Prata sobre Julinho da Adelaide. Imagem: Música Brasileira Viva | Reprodução]


 

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ARTISTA COM PSEUDÔNIMO

 

Durante a ditadura militar, Chico Buarque assumiu o pseudônimo de Julinho da Adelaide. Ele chegou até a conceder uma entrevista a Mário Prata, mas não posou para foto no jornal, em setembro de 1974.

 

Essa estratégia foi usada para evitar reprovações de músicas pelos censores. Segundo Buarque, várias músicas eram reprovadas simplesmente por serem assinadas por ele. Mais tarde, a estratégia foi descoberta e cada canção passou a conter RG e CPF anexados ao protocolo da análise da Censura.

 

IMPACTO DO REGIME NOS ARTISTAS

 

Nos primeiros tempos, até mesmo jornais foram favoráveis ao golpe militar que estabeleceu a ditadura, mas esse apoio foi caindo com o tempo, visto que essa e outras camadas da sociedade perderam protagonismo. Além disso, a censura impedia muito da criatividade e liberdade artística. Quem estava no poder restringia a si o direito do consumo de produtos artísticos nacionais e internacionais.

 

Nem sempre o pseudônimo resolvia, e várias situações denotavam perseguições a artistas. A pauta "combate ao comunismo" explicava muitas condutas militares, na atuação da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP).

 

Dentre vários artistas, Caetano Veloso também fora censurado e depois preso em 1968, por dois meses, após instituição do AI-5. A prisão teria sido pelo tom "libertário" das músicas, mesmo sem participar de grupo político. Após solto, exilou-se na Inglaterra.

 

Rita Lee, por sua vez, era ativa em grupos antiditadura, sendo perseguida. Foi presa em 1976 por portar maconha, pouco depois de descobrir sua gravidez, sendo solta com ajuda de Elis Regina.

 

Gilberto Gil foi preso com Caetano Veloso após um show na boate Sucata, no Rio. Assim como seu amigo, exilou-se em Londres e voltou somente em 1972. 

 

O eterno Maluco Beleza, Raul Seixas, também foi vítima do regime, dentro de sua arte que mistura a sensatez onde parece loucura. Em 1974, foi preso após um show e torturado num local subterrâneo, com choques elétricos e agressões físicas, durante duas semanas. Esse episódio foi relatado pelo próprio cantor, em entrevista ao jornalista André Barbosa.

 

MAIS SOBRE A DITADURA MILITAR

 

A perseguição aos artistas é uma parte de um contexto maior. Quem tivesse mais atuação política estava ainda mais vulnerável. Como exemplo muito falado atualmente, tem-se o deputado Rubens Beyrodt Paiva, que foi torturado e executado durante a ditadura, e retratado no sucesso "Ainda estou aqui", atualmente nos cinemas.

 

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