O que é o efeito-borboleta?

 Curiosidades

 

O efeito-borboleta está incluso na chamada teoria do caos, uma daquelas teorias que explicam o universo. Vamos descobrir o que isso significa?

 

O efeito-borboleta tem a ver com a forma do animal

[Não é bem esse tipo de borboleta de que estamos falando. Imagem: Ch Jawad / Pexels | Reprodução]


 

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A TEORIA DO CAOS E O EFEITO-BORBOLETA

 

A teoria do caos é uma forma de entender o universo, representada pelo efeito-borboleta. Vamos a um exemplo qualquer do dia-a-dia: você deixa seu celular cair. Para pegá-lo, vai se agachar. O carteiro vem chegando e, com você na frente, acaba tropeçando e solta todas as cartas, perdendo uma no meio da rua.

 

Uma dessas cartas era a cobrança a um senhor que ainda paga todas suas contas em espécie. Ao não receber aquela correspondência, vai ao banco que fica em seu bairro, emitir a segunda via.

 

Uma pessoa distraída saía da lancheria próxima e derrama café nele. A queimadura dói e ele precisa ir ao pronto-socorro para fazer curativos e tomar remédio.

 

A enfermeira estava prestes a sair, mas como veio mais aquele paciente, decidiu cuidar daquele que poderia ser o seu avô. Nesse ínterim, deixou de passear com seu ficante e eles se desentenderam, deixando de casar.

 

Esse ficante era motoboy. Irritado com o dia anterior, ele caiu da moto e precisou ser operado e se reabilitar em casa.

 

E pensar que tudo isso, todo esse caos, foi por causa de um celular caído. A partir disso, vários eventos inesperados se sucederam e impactaram várias pessoas.

 

Você poderia se sentir mal se soubesse toda a sequência dos fatos, mas não deve: de certo modo, isso normalmente acontece. É um exemplo de que a teoria do caos e o efeito-borboleta entraram em ação.

 

DE ONDE ESSAS IDEIAS SURGIRAM?

 

Temos fatos científicos e elementos da ficção ao falarmos em teoria do caos e efeito-borboleta. Começando no ano de 1952, o conto "O som do trovão" foi publicado pelo estadunidense Ray Bradbury, escritor do gênero de ficção científica. Nesse conto, ao pisar numa borboleta, o personagem desencadeia diversas consequências, até a chegada ao poder de um político totalitário.

 

Mais tarde, em 1961, o meteorologista estadunidense Edward Lorenz elaborava um modelo matemático para previsão do tempo. As variáveis utilizadas para a modelagem foram temperatura, umidade, pressão e direção do vento.

 

Ao inserir as mesmas variáveis uma segunda vez, os resultados obtidos não foram iguais. A previsão do tempo na segunda vez foi diferente da primeira. A diferença era pequena no começo, mas ao considerar intervalos maiores, as diferenças se acentuavam.

 

A diferença radical morou na forma de tratamento dos dados relativos a cada variável. No segundo modelo, o computador usou dados arredondados, com casas decimais a menos. O que era insignificante a cada dado, trouxe resultados com diferença monumental.

 

Lorenz saiu dessa experiência imaginando que o vento que causava o bater de asas de uma borboleta no Brasil poderia levar a um tornado no Texas, nos EUA. Com isso, surge a teoria do caos com seu efeito-borboleta, onde variações muito pequenas, que podem parecer insignificantes, geram impactos relevantes com o passar do tempo, levando à sensação de caos.

 

FÍSICA CLÁSSICA VERSUS TEORIA DO CAOS

 

A Física Clássica, regida pelas Leis de Newton, surge de ideias diferentes da Teoria do Caos. As Leis de Newton são determinísticas, e partem de que se você sabe os parâmetros iniciais, sempre sabe prever o comportamento futuro.

 

Ideias determinísticas não são necessariamente ruins. Elas servem, por exemplo, para prever a trajetória de um projétil ou o movimento dos planetas.

 

Só que quando se fala em teoria do caos, ela afirma que com o passar do tempo e variações minúsculas, as previsões se tornam impossíveis. Ela quebra a ideia de que com dados bons permitem sempre previsões, ao reconhecer que é impossível se ter os dados perfeitos. O determinismo parece ser certo, mas as coisas podem se comportar de forma aleatória como um jogo de dados.

 

CAOS E DESORDEM NÃO SENDO SINÔNIMOS

 

Os matemáticos possuem os chamados sistemas dinâmicos. A teoria do caos seria uma parte disso.

 

Num sistema dinâmico, tem-se um conjunto de fatos sucessivos que se alteram ou evoluem com o decorrer do tempo, tais como população de uma cidade, condições médicas de saúde, telecomunicações, eventos cosmológicos ou as variáveis meteorológicas. Se esse sistema dinâmico é muito sensível às condições iniciais, é chamado de caótico.

 

Só que mesmo havendo o caos, ele pode assumir alguns padrões ao passar do tempo. Até dados pontos - os atratores - o sistema segue uma trajetória. O conjunto desses atratores são os chamados fractais. No modelo de Lorenz, os fractais pareciam com a forma de uma borboleta.

 

Um fractal é algo cuja unidade menor parece com o aspecto do todo. Em sua forma perfeita, a aparência de longe e perto é a mesma.

 

A teoria do caos pode levar até a refletir sobre aspectos existenciais. Mesmo se o determinismo for levado ao máximo, ainda assim não se sabe de todas as coisas. Algumas pessoas associam a teoria do caos, ainda, como sendo a confirmação de que o livre arbítrio existe.

 

FILMES

 

Não foi apenas na Literatura que o efeito-borboleta esteve presente: também chegou ao cinema. Há um filme de drama, cujo nome também é efeito-borboleta.

 

O personagem Evan, interpretado por Ashton Kutcher, quer esquecer fatos de sua infância. Ao conseguir voltar no tempo, quando criança, ele age diferente. Realmente, aqueles problemas ele deixou de ter, mas outros ocorreram: a perfeição esbarrou no sistema caótico.

 

Ao alterar um objeto de lugar, no passado, isso já seria o bastante para alterar a condição inicial. A partir disso, mudam-se as circunstâncias seguintes.

 

EFEITO-BORBOLETA E NEUROCIÊNCIA

 

Uma pesquisa feita na University College London, com resultados publicados no periódico científico Nature, avaliou o comportamento de um sinal elétrico no cérebro de um rato.

 

Um sinal elétrico atingia um neurônio, propagando-se por outros trinta adjacentes, e assim por diante, gerando um ruído. As interferências observadas com esse ruído poderiam ser até mesmo maiores do que as que acontecem em uma máquina.

 

Nessa pesquisa, demonstrou-se o cérebro do animal como sendo um sistema caótico. O efeito-borboleta não seria um acaso, mas fundamental ao funcionamento do cérebro, inclusive em humanos.

 

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