Biografias
Sérgio Mendes é um músico e compositor que popularizou o samba e a bossa nova fora do Brasil. Ele é conhecido por alguns sucessos regravados como "Mas que nada", de Jorge Ben Jor, e "The fool on the Hill", dos Beatles.
Para entender um pouco da música de Sérgio Mendes, pensemos no que ele falava. Segundo o artista, ao pensar em música brasileira, ele pensava em alegria, celebração e festa, que considerava ser o espírito do povo.
Então vamos ver mais do espírito do povo, e o dele? Confira a biografia do artista aqui!
[Sérgio Mendes, o cantor que você vai descobrir a trajetória. Imagem: Agência Brasil - EBC | Reprodução] |
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PRIMEIROS ANOS
Sérgio nasceu em 11 de setembro de 1941, na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro. Ele era filho de um médico. Inicialmente, estudou piano clássico visando se tornar pianista de música erudita.
Como sabemos hoje, o plano mudou. Em 1956, aos quinze anos, ouvira pela primeira vez um disco de jazz, do músico Dave Brubeck. Tamanho foi o impacto que abandonou os estudos de piano. Em entrevista à rádio estadunidense NPR, em 2014, ele classificou como um dos momentos mais incríveis de sua vida, onde ele ainda não sabia o que era jazz.
CARREIRA NO BRASIL
Quando a bossa nova começou a se destacar, ele entrou na onda e passou a tocar em casas noturnas. Nessa época, Sérgio esteve ao lado de outras lendas da música, tais como Tom Jobim e João Gilberto.
No ano de 1961 viria a primeira gravação. "Dance Moderno" foi lançada pela Phillips Records.
EXÍLIO NA DITADURA E CARREIRA NOS EUA
Sua carreira no Brasil não foi tão extensa. Já nos Estados Unidos, ele gravou mais de trinta e cinco álbuns, muitos chegando ao disco de ouro ou de platina.
A mudança aos Estados Unidos aconteceu três anos após a primeira gravação, em 1964, em decorrência da Ditadura Militar. A transição não foi algo fácil para o cantor.
Os companheiros brasileiros de banda o acompanharam num primeiro momento. O problema foi que eles quiseram, pouco tempo depois, retornar. Isso o obrigou a montar uma nova banda, a Brasil '66. Lani Hall e Karen Philip, duas cantoras estadunidenses, fizeram parte dessa nova banda.
A A&M Records os contratou, e então eles adotaram uma fórmula de sucesso: trazer canções populares no Brasil em formato de jazz e algumas versões em samba de sucessos da época. Falando em sucesso, a primeira música a estourar com Sérgio Mendes na Brasil '66 foi um cover de "Mas que Nada", de Jorge Ben. Como toques especiais, estalos de dedos, chocalhos cintilantes e um refrão efervescente.
Foi a primeira música em português que virou sucesso mundial. O álbum de estreia da Brasil '66 ficou no Top 10 das paradas dos Estados Unidos.
Sérgio Mendes não parou por aí. Ele começou a aperfeiçoar o conjunto entre melodias em inglês e ritmos do Brasil. Com isso, ele fez mais covers:
× Scarborough Fair (Simon & Garfunkel).
× (Sittin' On) The Dock Of The Bay (Otis Redding).
× The Fool On The Hill (Beatles)
Nesse último cover citado, que saiu no álbum Look Around (1967), veio um reconhecimento especial. O próprio Paul McCartney escreveu uma carta para Sérgio Mendes e disse que aquela era a versão que ele mais gostava daquela música.
A crítica classificava as músicas de Sérgio Mendes como "easy listening", que era um instrumental popular dos anos 1950, "inofensivo". Isso cheira, hoje, a desdém, pois Mendes e sua banda eram muito populares, chegando a lotar estádios e até a se apresentarem aos presidentes Lyndon B. Johnson e Richard Nixon.
A Brasil '66 também costumeiramente estava em programas de TV. Sérgio Mendes esteve em programas junto com Perry Como, Jerry Lewis, Fred Astaire e Frank Sinatra. No caso de Sinatra, além de colegas de profissão, tornaram-se amigos.
Já nos anos 1970, a banda foi rebatizada como Brasil '77, mas estava diminuindo seu nível de popularidade e alcance. Uma volta triunfal viria em 1983, com um cover de Never Gonna Let You Go de Dionne Warwick. Esse foi o maior sucesso de Sérgio Mendes nas paradas, em toda a sua carreira.
Mendes contou em entrevista que a música entrou na prorrogação. As demais do álbum eram animadas e festivas, enquanto essa era uma música mais romântica, quebrando um pouco o que ali existia.
O ano de 1992 teve um reconhecimento. Pelo álbum Brasileiro, com várias faixas em parceria com Carlinhos Brown, foi premiado com um Grammy. Uma das músicas desse álbum era Magalenha, de estilo alegre e composta com sons enérgicos de percussionistas baianos.
Carlinhos Brown e Sérgio Mendes tiveram nova parceria de sucesso. A trilha sonora do filme Rio lhes rendeu, em 2012, uma indicação ao Oscar.
Voltando um pouco no tempo, essa não foi a única vez em que Sérgio esteve na trilha sonora de um filme. "Mas Que Nada" esteve na trilha do filme Austin Powers, de Mike Myers, em 1997. Isso fez com que ele fosse apresentado a um novo público e acabasse relançando vários sucessos.
Uma mudança viria também ao incluir elementos de hip-hop às músicas. Uma versão de "Mas Que Nada" foi lançada pelo Black Eyed Peas e Sérgio Mendes participou. Também gravou com rappers como Q-Tip e Common.
Outro prêmio no Grammy Latino viria em 2005. Ele seria fruto de uma participação especial no vídeo de 24 horas de duração de Happy, de Pharrell Williams.
Mais tarde, já se aproximando da terrível época do coronavírus SARS-CoV-2, foi lançado um novo álbum em 2020 - In The Key of Joy. Esse álbum veio em conjunto com um filme sobre sua vida - Sergio Mended In The Key of Joy, ou Sérgio Mendes e a Chave da Alegria, traduzindo ao português.
Ainda em 2020, Sérgio Mendes foi tema de um documentário, que também foi batizado com o nome do filme e do álbum. Sérgio seguiria tocando depois disso, tendo até mesmo aparecido no London Jazz Festival, em outubro de 2023, já com oitenta e dois anos de idade.
Foram sessenta anos de carreira. Nesse tempo, o feito de ser o brasileiro mais ouvido nos EUA.
FALANDO EM PARCERIAS MUSICAIS
Várias foram as parcerias musicais feitas por Sérgio Mendes. Além das que já foram citadas, podemos relembrar aquelas feitas com nomes da MPB como João Donato, Hermeto Pascoal e Guinga, nesse álbum In The Key of Joy.
Também esteve junto a nomes do jazz como Herb Alpert e Cannonball Adderley, e do pop estadunidense como Stevie Wonder e Justin Timberlake, além do já citado Black Eyed Peas, e John Legend. A lista não para por aí.
Ele dizia que os encontros musicais eram algo muito natural para ele, ainda mais com o genêro mais amplo que ele tocava. Isso o levaria a Frank Sinatra e até a conhecer Elvis Presley em 1971. Esse encontro foi no Midnight show, durante uma temporada do Rei do Rock em Nevada.
COVID LONGA E OS ÚLTIMOS TEMPOS
Houve uma última turnê de Sérgio Mendes em novembro de 2023. Casas de show em Barcelona, Londres e Paris foram lotadas pelo artista. Apesar desse feliz período, onde seguia cantando, sua saúde já não era a mesma.
Ao longo dos seus últimos meses, enfrentou os efeitos de uma Covid longa. Desde o final de 2023, estava com problemas respiratórios.
Apesar disso, a causa oficial da morte não foi divulgada. O falecimento foi em 5 de junho de 2024, aos oitenta e três anos de idade. Ficaram a esposa, Gracinha Leporace - com quem ele cantava e gravou vários discos - e cinco filhos.
E VAMOS FALAR DE MAIS UM GRANDE NOME ENTRE OS MÚSICOS BRASILEIROS
Carlos Lyra se destacou na MPB, que foi seu gênero musical ao longo de toda a vida. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, reveja a trajetória do cantor:
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