Literatura
Quando criança, meu pai, semianalfabeto, de alguma forma sabia a importância que era o acesso aos livros. Ele sempre me trazia livros ou revistas ilustradas para que eu pudesse exercer a minha imaginação. Posteriormente, ele foi me trazendo alguns gibis, especialmente da “Turma da Mônica”. Com isso, fui desenvolvendo o hábito da leitura, e comecei a ler muitos livros voltados ao catolicismo, já que era a religião que eu frequentava. Lia a Bíblia, livros do catecismo e outros textos religiosos. Paralelamente, lia os livros que os professores pediam na escola e outros que eu mesmo pegava emprestado na biblioteca da escola. Mais tarde, ingressei no clube de leitura de uma biblioteca municipal da minha cidade, Barueri, e semanalmente retirava livros para ler.
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[Personagens da turma da Mônica. Imagem: Maurício de Souza | Reprodução] |
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Toda essa trajetória pessoal de imersão no mundo dos livros começou com os materiais ilustrados. O impacto que esses livros tiveram na minha vida foi profundo, e isso me faz refletir sobre a **importância dos livros ilustrados** no desenvolvimento cognitivo e linguístico infantil.
Livros ilustrados são muito mais do que um simples recurso visual. Eles se tornam a chave para abrir o mundo da imaginação e da aprendizagem, especialmente para crianças que ainda estão desenvolvendo suas habilidades de leitura. As imagens, coloridas e envolventes, não apenas capturam a atenção da criança, mas servem como uma ponte para a compreensão do texto.
Assim como meu pai fazia ao me apresentar livros e revistas ilustradas, os pais e educadores podem usar as ilustrações para estimular a imaginação das crianças. Mesmo antes de saber ler, as crianças podem "contar" histórias a partir das imagens, criando narrativas próprias e desenvolvendo habilidades de inferência e criatividade. A leitura visual se torna uma primeira forma de interagir com os livros, construindo uma base para a futura leitura de textos.
Quando as crianças são expostas a livros ilustrados, elas desenvolvem seu vocabulário de maneira mais rica. As ilustrações ajudam a contextualizar palavras, especialmente aquelas que ainda não são familiares. Se uma criança não entende o que significa "manjedoura", por exemplo, uma ilustração de Jesus no presépio pode oferecer o contexto necessário. Esse processo facilita a compreensão de palavras e frases novas, ajudando no desenvolvimento da linguagem.
Lembro-me de que os gibis da “Turma da Mônica” desempenharam um papel importante na minha infância. Eles me ensinaram lições sobre amizade, respeito e empatia de uma forma acessível e divertida. As ilustrações ajudam a tornar conceitos abstratos — como emoções e valores morais — mais concretos para as crianças. Elas conseguem "ver" o que está acontecendo e relacionar isso com o texto, o que é crucial para a construção do entendimento e das emoções.
Os livros ilustrados também têm o poder de estimular o hábito da leitura desde cedo. As cores, os desenhos e as cenas capturam a atenção e envolvem a criança no universo da história. Isso aconteceu comigo; a leitura começou como algo visual e lúdico e, gradualmente, evoluiu para um hábito mais profundo e significativo. Eventualmente, passei a buscar outros tipos de livros — livros religiosos, escolares e, mais tarde, os que pegava na biblioteca.
Os livros ilustrados também são importantes para crianças com dificuldades de aprendizagem. A presença das imagens facilita a compreensão do texto, tornando a leitura mais acessível e menos intimidante. As imagens fornecem pistas contextuais que ajudam essas crianças a entender melhor a narrativa, reduzindo a carga cognitiva. A criança, ao observar isso, começa a desenvolver sua capacidade de interpretação e análise crítica.
Os livros ilustrados desempenham um papel vital no desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças. Eles não apenas facilitam o entendimento e estimulam a imaginação, mas também criam uma ponte entre a leitura inicial e o hábito contínuo de ler, como aconteceu comigo. Desde as primeiras revistas ilustradas até os livros que peguei na biblioteca de Barueri, as imagens sempre me ajudaram a entender o mundo e a desenvolver meu gosto pela leitura. Portanto, ao escolher livros para crianças, é fundamental reconhecer o valor das ilustrações como ferramentas poderosas no desenvolvimento integral delas.
ESSE É UM ARTIGO ESCRITO POR JOÃO PAULO SILVA,
em espaço para contribuição gentilmente cedido pelo Blog do Mestre. Nascido em
Barueri/SP, é bacharel em Letras pela Universidade Estácio de Sá e atualmente
pós-graduando em Revisão de Texto pela PUC Minas.
FALANDO SOBRE A TURMA DA MÔNICA
Diversos personagens fazem parte da turma da Mônica, como o Jotalhão. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, você entende quem é ele e onde que aparece:
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