Dolly e Wilmut

 Ciência & Saúde

 

Ian Wilmut faleceu aos setenta e nove anos. Seu legado foi a criação da ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado de uma célula adulta. Foi um dos grandes feitos científicos do século XX. Vamos saber mais de Dolly e Wilmut?

 

Ian Wilmut posa ao lado da Dolly

[Cientista e criatura, lado a lado. Imagem: g1 | Reprodução]


 

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EM QUE TRABALHAVA IAN WILMUT?

 

Ian Wilmut estava no Instituto Roslin de Edimburgo, Escócia, um dos pioneiros no estudo de células-tronco. Esse tipo de tecnologia sempre visou a cura de doenças e a regeneração em caso de danos graves à saúde.

 

É uma das partes da medicina regenerativa. A ideia é proporcionar vidas mais longas e saudáveis.

 

COMO FOI FEITO O CLONE?

 

Houve a remoção do DNA de um óvulo de ovelha e a substituição poe outro que pertencia a uma ovelha que havia morrido anos antes e estava armazenado numa célula congelada. Essa célula pertencia à glândula mamária da ovelha original.

 

Essa ovelha era chamada de Bellinda, que tinha idade de seis anos, raça Finn Dorset. A doadora do óvulo para receber o núcleo era chamada de Fluffy, da raça Scottish Blackface.

 

O processo de inserção do DNA não é simples. Houve o uso de estímulo elétrico e a adição de substâncias químicas, que fizeram o DNA adulto passar por um rejuvenescimento. Feita a inserção, o óvulo que virou o clone foi implantado na ovelha Lassie (raça Scottish Blackface), que se tornou barriga-solidária.

 

As três ovelhas envolvidas (a clonada, doadora do óvulo e barriga-solidária) eram de duas raças com características fenotípicas diferentes. Isso evitou a mistura de características genéticas. Para ser obtido um clone viável, foram duzentas e setenta e seis tentativas.

 

O ANÚNCIO DO CLONE DE DOLLY

 

Esse anúncio foi feito por Ian, que liderava a equipe que criara Dolly, em 1996. Seria o primeiro mamífero clonado com base em uma célula adulta. O estudo ocorreu entre os anos de 1995 e 1996, enquanto a publicação em periódico científico foi de 1997.

 

O nome Dolly, foi inspirado na cantora norte-americana Dolly Parton. O nascimento dela ocorrera em 5 de julho de 1996.

 

Esse anúncio gerou boas expectativas, ao mesmo tempo que levou a temores. O que aconteceria ao clonar humanos?

 

Apesar do medo e das expectativas, não houve avanço significativo nessa área. Ficou mesmo no frisson do momento. Isso também é consequência das reações que surgiram.

 

Nos Estados Unidos, Bill Clinton era presidente. Diante da opinião pública, rapidamente proibiu estudos do gênero naquele país. Também houve medidas desse tipo no Brasil. Havia um temor sobre o surgimento de clones humanos, como o que moveu a trama de "O clone", novela da Rede Globo.

 

Apesar desse temor, um jornalista que entrevistou Ian Wilmut explicou que o cientista nunca quisera ser um Doutor Frankenstein, mas tinha outras ideias a respeito da clonagem. A ideia seria melhorar a humanidade, não substituí-la, encontrando curas para doenças difíceis.

 

A mesma tecnologia da clonagem poderia ser utilizada para desenvolver tecidos de músculos e cerebrais para transplantes. Havia a ideia de reverter uma célula ao estado embrionário, vinda de pessoas adultas, já que pesquisas com células-tronco estavam restritas em alguns países. Claro que estudos quanto à segurança e efetividade ainda eram necessários.

 

Além dos grupos totalmente contrários e grupos favoráveis, havia opiniões medianas. Nessa linha, inclui-se o professor Joaquim Clotet, que reconheceu que este procedimento tinha riscos, mas que não deveria ser simplesmente banido.

 

O FALECIMENTO DE DOLLY

 

A vida e falecimento de Dolly levaram a dúvidas sobre sua vitalidade, capacidade de reprodução e expectativa de vida. Houve alguns momentos marcantes.

 

Em 1998, em 13 de abril, Dolly deu a luz a uma filhote, a ovelha Bonnie, que nascera bem e saudável. Em 1999, a gestação foi de trigêmeos, mas com problemas.

 

Mais tarde, em 2002, foi diagnosticada uma forma rara de artrite em Dolly, interpretada por alguns como envelhecimento precoce. Não foi possível dizer se a idade biológica de Dolly seria uma soma à idade de Bellinda, ou se isso era efeito de fatores ambientais, como o sedentarismo e o sobrepeso.

 

Obesidade foi vista como problema em mais animais clonados. Os telômeros celulares eram mais curtos, também, em Dolly.

 

Já em 2003, Dolly passou por uma infecção pulmonar não controlável. Esse tipo de doença acontece em animais mais velhos e que ficam em confinamento. Diante do quadro, visando minorar o sofrimento de Dolly, os pesquisadores optaram pela eutanásia, às 15:00 do dia 14 de janeiro.

 

Se as doenças de Dolly são fatores ambientais, genéticos ou uma mistura dos dois, ficará a dúvida. Certo é que a clonagem pode ter mostrado desafios científicos e éticos que a dificultam como técnica viável. Por outro lado, não se pode negar que representou um grande marco na história da Ciência.

 

E FALANDO DE PESQUISAS, MAS DO CÉREBRO

 

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