Biografias
Os capítulos da História são contados sob a perspectiva de mudanças de governo, regimes políticos, leis e aspectos mais gerais: não se detalha muitos dos personagens que os fazem. A Segunda Guerra Mundial, por exemplo, acabou em 1945 na versão oficial, não apenas por seus desdobramentos, mas porque houve alguns personagens para os quais a guerra acabou mais tarde, como Hiroo Onoda um misto de herói e anti-herói. Vamos saber mais sobre como foi a vida de Onoda?
[Hiroo Onoda. Imagem: g1 / Reprodução] |
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OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA
Hiroo Onoda nasceu em março de 1922, na cidade de Kamegawa. Aos vinte anos, alistou-se e acabou por receber treinamento de inteligência militar, recebendo importantes conhecimentos de sobrevivência e subserviência. A ordem aprendida era de, em caso de guerra, nunca se render e dar a vida se necessário.
A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Em 1944, já em plena guerra, Hiroo e outros oficiais foram enviados às Filipinas, mais precisamente à ilha Lubang. As tropas japonesas foram dizimadas, e só restaram alguns poucos integrantes do exército, que como Onoda, foram para as montanhas e lá ficaram.
A GUERRA QUE NÃO ACABOU
Os EUA, Filipinas e o Japão tentaram avisar Hiroo que a guerra acabara, mas ele e seus poucos companheiros consideravam os avisos como falsos. Mesmo um oficial do exército japonês não foi suficiente para convencê-lo do fim da guerra. Diante disso, ele passou trinta anos lutando uma guerra que era praticamente só dele. Houve outro oficial que passou lutando sozinho mais tempo, mas não ficou tão famoso.
Um dos companheiros se rendeu em 1950 e outros dois foram mortos em confronto com moradores ou polícia filipina. Em 1972, quando Onoda ficou sozinho, já era dado como morto. No meio desse caminho, foram trinta filipinos mortos pelo grupo de Hiroo. A sobrevivência se dava ao comer bananas cozidas, cocos, arroz e alguma carne seca de vacas roubadas das fazendas. Onoda nunca deixou de cuidar dos dentes, e nunca os perdeu.
Um outro jovem japonês, ao ouvir a história de Hiroo pela mídia, decidira que seus ideais de vida seriam trazer o oficial japonês de volta, ver um panda e um abominável-homem-das-neves. Quanto a Hiroo, o jovem maluco foi quem o convenceu, por ser japonês e ter ido falar com ele, já em 1974.
O governo das Filipinas perdoou os crimes de Onoda, e o Japonês pagou os salários de oficial do exército "atrasados". Em toda a sociedade japonesa, Hiroo era visto como uma pessoa curiosa.
UM JAPÃO DIFERENTE
Tanto tempo longe de seu país fez com que a sociedade encontrada, costumes e valores fossem muito diferentes. O choque cultural sofrido por Hiroo, vivendo onde não mais conhecia, o fez querer outra vida, e foi aí que ele passou uma temporada no Brasil, um ano após ser "redescoberto e convencido".
A VINDA PARA O BRASIL
Estando no Brasil, Hiroo Onoda teve uma fazenda e fora criador de gado. Há relatos de que a propriedade seria no estado do Mato Grosso do Sul.
O RETORNO AO JAPÃO E O FIM DA VIDA
Alguns anos mais tarde, Hiroo Onoda voltara ao Japão, onde criou uma escola para jovens. Nessa escola, ele ensinava sobrevivência e conexão com a natureza, valores que teriam pautado sua vida. Aos 91 anos, em janeiro de 2014, Onoda faleceu, vítima de insuficiência cardíaca.
LIVRO E FILME SOBRE ONODA
Tamanha epopeia rendeu livro ("Os trinta anos de minha guerra") e até filme sobre a vida de Onoda ("Onoda"). Da vida dele, qualidades positivas se destacam como a força, a luta por um ideal e a persistência, enquanto que a morte de pessoas e sobre qual ideal faz sentido lutar são pontos negativos, igualmente importantes ao contar essa história.
RETRATANDO TAMBÉM A GUERRA
Picasso foi um grande pintor, e retratou, dentre outros temas, a obscuridade da Guerra, sob um ponto de vista certamente diferente do que se viu em Hiroo. Na sugestão de post da linha azul 👇🏻, veja sobre a vida e obra do artista:
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