O que dá para aprender com o Coronavírus?

Ciência & Saúde


Desde o final de 2019 os noticiários apresentam detalhes sobre o surto de um novo coronavírus na China (2019-nCoV ou, depois de fevereiro, COVID-19). Esse país, que já foi local de origem de outros surtos, novamente nos pareceu distante, até que vimos os primeiros casos suspeitos, as primeiras confirmações e morte no Brasil.

De lá para cá muitas coisas aconteceram. Vimos, como não se tinha história nos últimos anos, algo novo, que é se manter em casa e com várias restrições para evitar o contágio dos grupos de risco, onde há maior mortalidade. Nosso país vai, pouco a pouco, mudando seu ritmo e aprendendo a “fazer quarentena”. Lições novas dessa experiência que o Brasil e o mundo vivem vão surgindo pouco a pouco.


https://www.oblogdomestre.com.br/2020/03/NovoCoronavirus.AprendizadosEExperiencias.html
[Imagem: PIRO4D/Pixabay]




- POR QUE NA CHINA?


A China tem sido o local onde muitas mutações de vírus têm surgido, o que deu margem a pensamentos conspiratórios sobre efeitos positivos que o país viveria. O que se deixa de considerar nesses casos são todos os chineses que já morreram lá no final do ano até agora, quando começa a regredir o número de contaminados. A economia chinesa, como as outras economias de países que passam pela pandemia, sofreu graves consequências, afinal todas as cadeias produtivas são defasadas, fecha-se tudo. O que experimentamos agora no Brasil já está em curso na China.

Não se pode esquecer que o isolamento social é algo bem difícil quando falamos do começo do contágio de um novo vírus no país mais populoso do mundo. Até que se tomassem as medidas, cada pessoa entrou em contato com muitas outras. Seria completamente irresponsável lançar algo tão devastador como o 2019-nCoV em seu próprio território, como uma “política” mundial, tanto que periódicos científicos já desmentiram o boato.

- POR QUE A HIGIENE DE MÃOS?

A higienização de mãos é um hábito importante a ser cultivado. Em tempos comuns, sempre se deve chegar em casa ou em locais conhecidos e lavar bem as mãos, a fim de evitar diversos tipos de contaminação.

Em peças de uso público, tais como carrinhos de supermercado, corrimãos, pegadores de ônibus e outros, há grande acumulação de microrganismos e, pessoas infectadas por doenças podem deixar secreções nesses locais. Como não é possível lavar as mãos com água e sabão, o álcool em gel ajuda a evitar infecções nesses casos de contato, quando extremamente necessário.

Os vírus são moléculas de RNA (ácido ribonucleico), DNA (ácido desoxirribonucleico) ou DNA+RNA envoltas por uma cápsula de proteína e gordura, sendo seres que só se reproduzem em hospedeiros, sendo parasitas obrigatórios. Os sabões possuem parte polar e parte apolar, o que permite transportar gorduras em água e eliminá-las de objetos ou das mãos. Isso faz com que seja muito eficaz a lavagem de mãos como prevenção.

- É UMA GRIPE?


Criou-se uma cultura de chamar quaisquer espirros e coriza de gripe. Esses sintomas podem ser de resfriados quaisquer, ou de outras viroses e, para evitar que haja confusão, a vacinação deve ocorrer, como forma de se evitar casos suspeitos equivocados. Todos que tiverem direito e puderem, devem aderir à vacinação pública de gripe.

Gripes fazem parte dos vírus chamados Influenza, cujos nomes usam as letras H e N (como H1N1, H3N2, H7N9, H10N8, por exemplo). Como todos os vírus, sofrem mutações, o que traz a necessidade de novas vacinas ano após ano.

O coronavírus COVID-19 (2019-nCoV) também pode se tratar de uma mutação genética de coronavírus já existentes, dentro de um processo natural. Entretanto, nessa mutação, características mais ou menos agressivas do que outras cepas podem surgir. No caso do novo coronavírus, destaca-se a alta transmissibilidade, com maior letalidade em pessoas mais idosas ou com problemas de saúde prévios.

- O ISOLAMENTO, OU A FALTA DELE, TRAZEM SITUAÇÕES CURIOSAS


Como não são todos os dias em que alguém é obrigado a ficar parado em casa, ou o contrário, obrigado a ir ao trabalho para que nem tudo pare, situações curiosas acontecem. Nem todas as cidades ou estados do Brasil tomaram as mesmas medidas, o que indica a diferença de estratégias pela política.

Em Santa Catarina, por exemplo, proibiu-se ônibus urbanos ou intermunicipais/interestaduais. O corte no transporte público na capital estadual se refletiu em ruas vazias e muitos espaços que viviam com pessoas circulando a qualquer hora do dia cheios apenas pelo vento. Mas, na hora em que se observaram as praias, viu-se muitas pessoas aglomerando, como se nada pudesse acontecer.

No Rio Grande do Sul, por conta de estiagens, ou em várias favelas ao redor do Brasil, fala-se em lavar as mãos com água e sabão, mas cadê a água? As estiagens ao sul do Brasil causarão problemas de abastecimento de alimentos, e a água, essencial na prevenção, encontra-se escassa.

São Paulo, a maior capital do país, vive dias que nem se comparam aos finais de semana. É possível ver locais supermovimentados com pouco movimento. Lá e em todo o país, quem se acostumou ao movimento, por mais que lhe cause transtornos, estranha sua falta.

Muitas famílias que ficarão em casa foram estocar comida, mesmo que as medidas governamentais não apontem o fechamento de supermercados e atacarejos. Excesso de demanda repentino leva à subida de preços, e desperdícios dentro de cada casa. Álcool em gel e máscaras faltam, e o famoso jeitinho leva pessoas a acreditarem que podem manipular o produto em casa.

Quem está em casa e nunca teve a rotina de trabalho em seu lar, tende a perder produtividade, fazer coisas aleatórias ou querer sair. Quem precisa trabalhar fora, fica com receio de contaminar-se ou contaminar alguém. Em todas as pessoas, surge um sentimento de desconfiança, onde a contaminação não tem rosto e pode estar em qualquer um, o que nos faz menos irmãos. É preciso entender, com mais frieza, o aspecto biológico do problema, e torcer para que a evolução não deixe um número alto de vítimas.

- APRENDIZADO COM ESSA EXPERIÊNCIA

Precisamos levar mais a sério as aulas do ensino básico, a fim de entender coisas mínimas como o que são vírus e como funcionam. Isso, por si só, já nos leva a deixar de acreditar em teorias da conspiração e a saber que novas pandemias por vírus podem acontecer no futuro.

Estoques de comida e outros insumos são um problema coletivo, haja vista a possibilidade de que algumas pessoas fiquem desabastecidas e/ou que os preços ao consumidor subam. Entretanto, as pessoas precisam entender que é preciso, dentro das possibilidades de cada um, possuir reservas de dinheiro para emergência, principalmente para autônomos que, nessas situações, veem seu sustento dificultado.

Também é preciso paralisar o que for possível, e realmente entender como paralisação. Aquele tempo em espera possui um custo para a sociedade, mas seria muito pior sobrecarregar o sistema de saúde. Não se deve achar culpados, mas agir como indivíduo e pensar como sociedade.




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