Língua Portuguesa
Quando se vai escrever algo, é muito
importante saber qual o formato de texto que se deseja escrever, a fim de
evitar termos inadequados e restrição de espaço. Dentro de órgãos da
administração pública, o ofício é um documento que, de forma relativamente
objetiva, serve como forma de comunicação de assuntos de interesse público.
Vamos ver a seguir algumas dicas de como
redigir este documento, baseadas no último manual de redação da Presidência da
República. Muitas destas dicas, mesmo em caso de alteração do manual, seguirão
valendo.
[Imagem: StartupStockPhotos/Pixabay] |
HIERARQUIA
Dentro do serviço público, assim como ocorre
em empresas, há uma hierarquia funcional. O que difere é a formalidade de
tratamento.
Nos ofícios, há duas formas de finalização.
Uma delas é "respeitosamente", devendo ser utilizada para ofícios a
cargos superiores. A outra é "atenciosamente", para cargos de nível
funcional igual ou inferior.
Infelizmente, tratamentos como Vossa
Excelência, Doutor (inclusive sem título acadêmico) ainda são utilizados ao
indicar destinatários. É recomendável consultar os manuais de cada órgão para
ver como cada pessoa deve ser chamada.
POMPOSIDADES E TERMOS POUCO USUAIS
Termos cujo uso não seja corrente ou expressões
pomposas devem ser eliminados. Na linguagem literária, onde cabem
interpretações e um olhar mais vasto do mundo, cabem textos densos e com
vocabulário extenso. Entretanto, nos ofícios, a regra é objetividade.
"Tenho a grande alegria de
informar" ou "É com enorme satisfação que comunico" são exemplos
de elementos a serem removidos. O mesmo vale para termos como
"outrossim", por exemplo.
ÓRGÃOS EMISSORES E DESTINATÁRIOS
A nomenclatura dos ofícios depende da
quantidade de emissores e destinatários. Para cada condição especial, surgem
nomes que devem ser acrescidos ao nome "ofício".
Quando dois ou mais órgãos emitem um ofício,
deve-se chamá-lo de ofício conjunto. Se há mais do que um destinatário, ofício
circular. Se há ambas as condições, ofício conjunto circular.
FORMATAÇÃO
Deve-se fazer ofícios em páginas A4, fontes
Calibri ou Carlito. Caso haja mais de uma página, a numeração aparece na parte
de baixo da página, centralizada.
Dando destaque ao conteúdo, o assunto
(equivalente ao título) do ofício é em negrito. Antes de escrevê-lo, deve-se
inserir: "Assunto:".
ESTRUTURA DO TEXTO
Deve seguir a lógica da maioria dos textos,
independente de formato ou destinação, que é de introdução, desenvolvimento e
conclusão. Deve-se dedicar um parágrafo para introduzir um assunto e outro para
concluir. Pode-se utilizar dois ou mais de desenvolvimento.
No parágrafo de introdução, deve-se remeter
ao outro ofício que esteja repercutindo, caso necessário, ou começar novo
assunto, com formas verbais como "Informo", "Comunico",
"Explico".
Note-se que as formas verbais estão na
primeira pessoa do singular. Ao contrário do texto acadêmico, onde se deve
utilizar verbos na forma impessoal ou em terceira pessoa, permite-se aqui a
construção do texto em primeira pessoa. Todavia, isto não significa que o texto
permite pessoalidade: não pode haver julgamentos pessoais e ambiguidades - o
assunto é público.
Nos manuais de redação, costuma-se falar em
criatividade do redator. Esta criatividade precisa ser pensada da forma
correta. A forma máxima de criatividade está na Literatura, algo inalcançável
em um ofício ou outro documento oficial.
A criatividade está em saber como fazer o
melhor com o formato que se tem. Se a linguagem deve ser objetiva, isto não
significa que a mensagem deve ser dúbia, incompleta ou mal redigida. O redator
deve encontrar o caminho para comunicar dentro do que se espera.
□
GOSTOU DESTA POSTAGEM ☺? USANDO A BARRA DE BOTÕES, COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS 😉!