Ciência e Saúde
Bioconcentração, bioacumulação e
biomagnificação são três termos bastante grandes, mas que possuem conceitos muito
simples de assimilar. Como os próprios nomes indicam, por meio do prefixo “bio”,
ocorrem com seres vivos. Alguns desses conceitos estão relacionados à forma com
que cuidamos de nosso meio ambiente e do manejo de resíduos.
[Imagem: Fenae] |
A bioacumulação
consiste no acúmulo de substâncias/compostos químicos. Esse acúmulo pode
ocorrer de forma direta, por meio de contato com o ar, água e solo; ou
indireta, quando através de alimentos. Já a Bioconcentração existe quando esse acúmulo ocorre em concentração
superior àquela encontrada no próprio meio que o ser vivo habita. Em geral, as substâncias ou compostos químicos são
lipossolúveis, não biodegradáveis nem metabolizados pelos organismos, levando a
taxas de maiores de armazenamento do que de excreção. Outras características
desses compostos, em geral, são as moléculas cíclicas, providas de anéis aromáticos
e clorados; usualmente grandes – com massa molecular superior a 236 g/mol. Tanto a bioacumulação como a bioconcentração
são fenômenos que ocorrem em um mesmo nível trófico (mesmo nível da cadeia
alimentar).
Já a biomagnificação ocorre ao longo da
cadeia alimentar. Há um acúmulo progressivo de substâncias no organismo dos
seres vivos, sendo maior quão mais alto for o nível na cadeia alimentar. Tanto
a biomagnificação como os outros processos apresentados ocorrem em paralelo,
principalmente no meio aquático.
O inseticida DDT (de
onde vem o nome “dedetização”, por mais que as desinsetizações atuais não o
usem mais) é um claro exemplo de substância que leva aos processos mencionados.
Outras são os metais pesados. Há algum tempo atrás, eram aceitas definições de
metais pesados que envolviam caracteres químicos como a massa molecular,
unicamente. Atualmente, além das características químicas, os efeitos como a bioacumulação são considerados.
[Imagem: Blog Metais Pesados] |
Isso não significa
que metais pesados não façam parte de processos biológicos e estejam presentes,
desde que em quantidades pequenas, em organismos vivos. O cobalto participa da produção
das hemácias; o cobre compõe enzimas e é útil na síntese de hemoglobina; o
vanádio auxilia na função da insulina; o zinco atua na ação imunológica de
crianças e adolescentes; dentre outros exemplos. Efeitos adversos podem
acontecer com concentrações superiores.
Os metais pesados e
outras substâncias são manejados pela indústria. Uma opção é buscar alternativas
às matérias-primas convencionais, eliminando esses compostos. Um exemplo claro
disso foi a retirada de compostos de chumbo no zarcão, uma tinta alaranjada que
serve para a proteção de peças, estruturas e esquadrias metálicas, atuando como
fundo.
A outra opção
consiste no manejo correto. Os lixões ou os aterros controlados (lixões desativados
que vieram a receber recobrimento superior, ou aterros ativos incompletos, sem
tratamento de chorume ou gases, ou ainda sem impermeabilização inferior) não permitem
destinação correta de resíduos quaisquer, ainda mais aqueles com metais pesados.
É preciso destinar resíduos com metais pesados como lâmpadas, pilhas e outros
para tratamento em indústrias especializadas, responsáveis pela logística
reversa desses produtos, após o fim do ciclo de vida.
Pensar em processos
como bioacumulação, bioconcentração e biomagnificação é apenas uma etapa do
processo de educação e consciência na destinação de resíduos quaisquer. Claro
que aqueles que apresentam metais pesados podem representar impacto na saúde
dos seres vivos de maneira mais rápida, nítida. Entretanto, até aquilo que
parece inerte, como um pequeno pedaço de plástico, precisa ser considerado.
Muitos animais da fauna marinha acabam ingerindo pedaços de plástico,
confundindo-os com alimentos. Outros acabam deformados por peças boiando em
meio a água, entalados.
Lixo, ou resíduo
(para quem não desejar a carga negativa do primeiro termo), é algo que possui
enorme potencial de retorno à cadeia produtiva, seja orgânico, seja
seco/reciclável. O tratamento, disposição correta, reciclagem e reaproveitamento,
não são apenas a transferência de volumes de algo que parece ser um problema
para outro lugar, mas itens fundamentais para a saúde pública e conservação do
meio ambiente.
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