
Elementos
emblemáticos, que juntos representam forças e embate para todos os lados. O espírito
guerreiro do gaúcho é representado pelos trovões, pela forte chuva de um temporal,
galhos que se desprendem das árvores e se jogam com força ao destino.
[Vídeo: valdinei nazarko]
Grita
o silêncio da noite, corcoveiam os trovões
Línguas
de fogo lambendo aramados e moirões
No
céu, um patrão tropeiro vai remexendo os tições
E
um macegal se ajoelhando como a pedir mil perdões
E
o gado todo mais louco do que a fúria deste vento
Redemoinhos
no relento à procura de capões
Relâmpagos
que se cruzam retratam por entre as plagas
Os
entre choques de adagas das velhas revoluções
No
horizonte, as labaredas vão guasqueando o tempo feio
Teatros
de assombrações, cenário do mundo alheio
Boitatás
e caiporas, tropilhas do pastoreio
Meu
baio pateando raio, o temporal gineteio
Neste
entreveiro matreiro de faísca, vento e raio
Me
agarro as crinas do baio que já nem liga pro freio
E
uma faísca teimosa riscou-me a tala do mango
Só
por ciúmes de fandango, partiu minha gaita no meio
Os
coriscos vão marcando o longo preto do tempo
Com
nuvens pançudas de chuva se aninham no firmamento
A
mata inteira valseia num compasso pacholento
Com
fogo se apaga fogo, sempre a cabresto do vento
Por
isso um galho extraviado veio tapear meu chapéu
Atiçando
um fogaréu nos bretes do pensamento
Me
apeguei a Santa Bárbara pra domar o temporal
Que
sem maneia e buçal ficou manso ao meu contento
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