Cor: característica física da água potável, que deve ser incolor, preferencialmente. Partículas coloidais de algas, matéria orgânica e óxido de ferro são algumas das responsáveis pela coloração de águas naturais. É expressa em unidades de cor definidas por comparação a amostras de sais (cloroplatinato de potássio e cloreto de cobalto) que originam soluções coloridas, sendo o limite desejável pelas normas ABNT dez destas unidades, e trinta o limite máximo aceitável.
Odor e
sabor: a água potável deve ser inodora, e possuir sabor agradável ao
paladar. É por isso que não há o costume do uso de cloreto férrico como
coagulante no tratamento de água, entre outros inconvenientes.
Turbidez: característica física que indica as partículas que impedem a
passagem de luz pela água, ficando em suspensão. Independentemente do tipo de
partícula em suspensão, a medida usada é a comparação por turbidez proveniente
da sílica (óxido de silício), dita em mg de SiO2 por litro ou ppm de SiO2. Nesta medida, o limite
inferior recomendado é de não ultrapassagem de 1 ppm de sílica por litro,
tolerável até 5 ppm.
Dureza: característica química que indica o teor de sais de cálcio e
magnésio, com a inclusão dos carbonatos, sulfatos, cloreto de cálcio e cloreto
de magnésio. Há diversas formas de representá-la, mas a mais comum é uma forma
de comparativo semelhante ao do item anterior, de ppm ou mg de CaCO3 por litro, indicando a presença de todos os elementos responsáveis
pela dureza. O limite de dureza aceitável para uma água potável é de 100 ppm de
carbonato de cálcio, sendo tolerável a faixa até 200 ppm. Alguns materiais
indicam um limite de 500 ppm de Carbonato, mas esta quantia provoca gosto muito
desagradável na água. Águas muito duras são impróprias para o preparo de
alimentos e provocam consumo alto de sabão na limpeza, principalmente se este
não possuir um agente sequestrante em sua composição.
pH: índice químico que indica o cologarítmo (logaritmo negativo) da
concentração de íons Hidrogênio ou Hidrônio na água. 0bpH<7 indica meio ácido, pH=7 indica meio básico e 7<pHb14 indica meio básico. Na água potável, se busca a neutralidade,
com pH próximo de 7. O limite inferior (acidez) é de pH = 6 e o limite superior
é de 10 como pH, que é o menor pH em que há presença de íons hidróxido em
solução, a alcalinidade cáustica.
Sólidos
totais: matéria não volátil presente em 100 mL de água, evaporando este
volume de líquido em banho-maria. O máximo desejável é de 500 mg / L de água,
sendo tolerável até 1 kg / L.
Teor de
Arsênico: elemento tóxico ao ser humano, sendo o limite máximo, que não se
pode dizer nem desejável, 0,05 mg / L.
Sua presença na água potável indica contaminação do manancial de
abastecimento, por inseticidas, herbicidas, carrapaticidas, e resíduos
industriais.
Teor de
Chumbo: elemento tóxico ao homem, sendo fixado o limite pela norma PB-19
(ABNT) de 0,1 mg/ L. Não se usam tubulações de chumbo para transporte de água,
pois águas brandas e corrosivas, em contraponto à águas duras e alcalinas,
atacam com mais intensidade estas tubulações. É importante atentar a
aparecimento com frequência dos níveis de chumbo, pois este elemento passa por
bioacumulação em nosso organismo, que traz sérias consequências à saúde.
Teor de
Cloretos: para a água potável, valores maiores do
que 1000 ppm não seriam prejudiciais ao ser humano, mas pela questão do gosto
agradável, foi fixado o limite de 250 ppm, onde a água ainda não adquire
gosto bastante salgado, como ocorre em
níveis maiores. Pela ação dissolvente da água, quase todas as águas naturais
possuem cloretos. Outro fator de aumento do nível de cloretos é a poluição por
atividade humana, principalmente por fábricas de papel, galvanização e
refinarias de petróleo que não adotem as medidas de tratamento de efluentes
adequadas.
Teores
de Cobre: o Cobre é usado na forma de sulfato de
cobre, a fim de impedir o crescimento de algas nos tanques de água nas ETA’s,
ou para a eliminação de pragas em plantações. Tubulações de cobre e latão
também sofrem o ataque de águas corrosivas. As normas técnicas definem como
limite máximo 3 mg / L. Não é nocivo à saúde, sendo necessário na proporção de 4
mg / L às crianças e 3 mg / L aos adultos. Valores acima de 100 mg / L podem
causar irritações intestinais e vômitos.
Teor de
Cloro livre: não ocorrendo na forma elementar na
Natureza, indica que a água passou por processo de tratamento, por eliminar
microrganismos presentes na água. O máximo tolerado é de 0,5 ppm, mas o limite
recomendável é de 2,5 ppm por litro de água, valor que não causa nenhum efeito
nocivo sobre o ser humano.
Teor de
Cromo hexavalente: presente na água sob a forma
de cromato e dicromato, possui efeitos prejudiciais ao ser humano, advindo de
resíduos industriais não tratados. O valor máximo permitido é de 0,05 ppm / L.
Teor de
selênio: elemento tóxico, resultante em águas naturais por resíduos
industriais não tratados. Valor máximo tolerado de 0,05 ppm.
Teor de
Ferro Total: é a soma dos teores de ferro e manganês
contidos na água, sendo limitado em 0,3 ppm. Estes metais não são nocivos, mas
causam manchas em roupas, tanques e louças sanitárias. Dentro deste total, o
teor de manganês não pode ultrapassar 0,1 ppm.
Teor de
Fluoretos: ocorrem naturalmente por ação da água em
rochas como a fluorita e criolita. Água com teor superior a 1,5 mg - ppm produz
manchas permanentes, principalmente em crianças que estão mudando para a
dentição permanente. Entretanto, dietas pobres em flúor podem gerar cárie
dentária, motivo que leva algumas cidades a praticar a fluoretação da água. Um
dos compostos mais fortes da natureza é a hidróxi-apatita, que resultará em
flúor-apatita, mais resistente ainda. Desta forma, o controle precisa ser
rígido com este composto que está no limite entre o bom e o ruim; sendo
normalizada pela PB-19 (ABNT) a quantia de 1 ppm de íon fluoreto, sendo
‘tolerável’ até 1,5 ppm.
Teor de
Fenóis: causam gosto desagradável e são letais ao homem em doses iguais
ou maiores a 1,5g. São usados nas indústrias de plástico na fabricação de
resinas sintéticas, refino de petróleo, produção de desinfetantes, etc. sendo
encontrado em resíduos não tratados destas indústrias e muitas outras. Este
teor não deve ser superior a 0,001 ppm.
Teor de
magnésio e sulfatos: a proporção de magnésio já é delimitada
pela dureza da água, vale ressaltar o efeito laxativo dos sais de magnésio e
dos sulfatos. Os sulfatos são tolerados em até 250 ppm, sendo provenientes de
resíduos não tratados de curtumes e fábricas de papel ou da ação dissolvente da
água sobre rochas específicas.
Teor de
Zinco: não se conhecem efeitos nocivos de sua presença na água, sendo
fixado como limite máximo 15 ppm. Pode aparecer por decorrência da corrosão de
tubulações de latão ou ferro galvanizado.
Contagem
bacteriana: característica biológica da água, sendo
o número de bactérias presentes em uma amostra de 1 mL, que se desenvolvem em
ágar nutritivo por incubação à temperatura de 37ºC por 24 horas. Esta contagem
é feita pela área ocupada pela colônia bacteriana, de onde se pode estimar a
quantia destes microrganismos, sendo apenas quantitativa, não informando quais
tipos de bactérias se encontram na amostra. As normas especificam o limite de
300 bactérias, mas as águas naturais despoluídas não permitem o desenvolvimento
de mais de 10 bactérias por mililitro, sendo o aumento rápido um indicativo de
poluição nas proximidades do manancial.
Índice
Coliforme: indica o número de bacilos coli contidos
em 100 mL de água. Estes bacilos não são maléficos ao ser humano, se este
estiver sadio, tanto que são presentes no intestino do homem e demais animais,
sendo eliminados pelas fezes. Não são comuns no solo e sua presença em água,
então, indica contaminação fecal. É extremamente difícil encontrar germes
patogênicos de forma direta. Usando como exemplo os bacilos do tifo, se estima
que haja de 3 a 120 junto com um milhão de bactérias do tipo coli nas águas de
esgoto. Também vale ressaltar que os bacilos coli são muito mais resistentes
que os patogênicos. Destarte, os bacilos coli foram escolhidos, pois se eles
estiverem presentes, há serio risco de a água estar contaminada com patogênicos,
sendo admitido um limite máximo de índice coliforme igual a 1.