“Bota
o retrato do velho outra vez
Bota
no mesmo lugar
O
sorriso do velhinho
Faz
a gente se animar, oi
Eu
já botei o meu
E
tu não vais botar?
Já
enfeitei o meu
E
tu não vais enfeitar?
O
sorriso do velhinho
Faz
a gente trabalhar.”
Marino
Pinto e Haroldo Lobo
O
excerto da música de Marino e Haroldo remete ao período liberal populista. O
populismo tratava-se de uma prática de apelo emocional às massas, onde o
governante era humanizado e exaltado. Com a volta de Getúlio Vargas ao poder,
surgiu a sátira acima, entre várias outras, criticando este tipo de idolatria,
direcionada a um governante que num passado diga-se recente da história
brasileira implantou um modelo totalitário de governo.
A
humanização do governante faz parte do jogo político de uma eleição e até hoje
figura como uma das grandes táticas eleitorais. Uma boa imagem sempre eleva o
número de votos de um candidato. Não se pode dizer que este é um fato isolado,
bem como que o ser humano consegue agir apenas pela razão, o que, no caso do
voto, seria o ideal.