Ciência & Saúde
Após
a nova onda de infecções com o vírus Ebola (também chamado de Febre Hemorrágica
Ebola), o que parecia ser um inimigo distante, se tornou o vizinho que bate a
porta. O Ebola causa tamanho alvoroço por conta de, assim como outros vírus
como a gripe H1N1, o contágio se dá por meio de contato, mas nunca por transmissão
de partículas contaminadas pelo ar, o que o diferencia dos demais.
No Brasil, o alerta foi aceso por conta
de
um estrangeiro entrar em nosso país no dia 19 de setembro, pelo aeroporto de SP
e, com sintomas que poderiam indicar contágio pela doença, foi internado em
Cascavel na quinta-feira, 9 de outubro. Pelo primeiro exame realizado com ele,
o resultado foi negativo, conforme afirmado pelo Ministro da Saúde no último sábado.
E
como o Ebola se manifesta? O que fazer em termos de prevenção? Veja tudo isso
nos parágrafos a seguir.
[Imagem: BellaNaija] |
O
nome Ebola se deve ao rio Ebola, nas proximidades do local de primeiro registro
da doença, em 1975, no Nzara (Sudão) e na República Democrática do Congo. Morcegos
frutívoros do gênero Pteropodidae são considerados os vetores do vírus
Ebola, cuja fatalidade varia entre 25 e 90%, conforme a cepa (Bundibugyo, Costa
do Marfim, Reston, Sudão e Zaire), sendo que a cepa Reston é a única em que não
há registro de óbito associado.
Sangue, secreções e
fluidos corporais de uma pessoa contaminada podem transmitir a doença, que se
manifesta segundo os seguintes sintomas: febre, fraqueza, dor muscular, dores
de cabeça e inflamação na garganta; seguidos por: vômitos, diarreia, coceiras,
deficiência nas funções hepáticas e renais e, em alguns casos, sangramentos
interno e externo. Alguns pacientes podem
ainda apresentar erupções cutâneas, olhos avermelhados, soluços, dores no peito
e dificuldade para respirar e engolir.
Na
África, os surtos têm origem provável quando há contato ou manuseio da carne crua de chimpanzés, gorilas
infectados, morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados
doentes ou mortos ou na floresta.
Estes sintomas surgem de
dois a 21 dias após a exposição ao vírus e, como se pode perceber, são bastante
comuns às demais enfermidades ocasionadas na infecção por vírus. No caso do imigrante,
assim como qualquer outra pessoa que possa vir da região mais crítica de
infecção do Ebola, o fato de ter vindo de local com ocorrência de contaminação
é que gerou maior preocupação.
Diferentemente de outras
doenças, a transmissão só irá ocorrer depois de findo o período de incubação.
Assim, quando os sintomas forem apresentados é que deve ocorrer o isolamento do
paciente e o tratamento por profissionais de saúde devidamente protegidos.
Para a detecção, são
necessários exames de laboratório que, se não forem realizados em condições de
extrema segurança, podem gerar um risco exageradamente grande de contaminação
pelos agentes de saúde envolvidos, que são bastante vulneráveis em caso de
surto. Considera-se que um surto acabou apenas após 42 dias após o fim do
último caso registrado.
Não havendo tratamento, ocorre apenas terapia
de apoio, com hidratação, manutenção de níveis de oxigênio / pressão sanguínea
e tratamento para quaisquer infecções do paciente. Apesar das dificuldades para
diagnóstico inicial, aqueles que tiverem os sintomas devem ser isolados e os profissionais
de saúde pública devem ser notificados. A terapia de apoio pode ter
prosseguimento somente se forem utilizadas as roupas apropriadas até que amostras
do paciente sejam testadas para confirmar a infecção.
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