O valor de qualquer coisa no mercado é definido de acordo com a complexidade de sua fabricação: etapas de fabricação, nível de desenvolvimento tecnológico, matérias-primas utilizadas, etc. e também de acordo com sua demanda. Esta característica é que define a principal diferença entre outros países emergentes e o Brasil, que tem como tradição a exportação de produtos agrícolas e matérias-primas brutas, as chamadas commodities. A China, por exemplo, tem como principal produto de compra de nosso país o minério de ferro.
Para entender esta lógica é simples:
suponhamos que Pedrinho compre um pacote de chocolate em pó e três caixas de
leite. Ele deseja ganhar dinheiro para comprar uma mochila nova, e, se vendê-los
para seu colega fazer o lanche, irá ganhar muito pouco, pois ele não irá querer
pagar muito mais do que pagaria se ele comprasse os mesmos produtos no
supermercado. Então, Pedrinho decide vender os copos de leite com chocolate prontos
para Gabriel e, com isso, agrega o valor do seu trabalho e consegue comprar sua
mochila nova.
Claro que há muito mais fatores
envolvidos, mas a ideia é esta: agregou mão de obra e/ou tecnologia, agregou
preço. E os produtos brasileiros são como o leite na caixa e o pó de chocolate
no pacote: valem pouco e tendem a valer menos ao longo dos anos. Em 2009, segundo
reportagem do Jornal da Ciência, a tonelada de petróleo, autopeças e circuitos integrados
custavam US$ 336,19; US$ 6 409,09 e US$ 639 241,43; respectivamente, sendo os
principais produtos importados por nosso país. Já o minério de ferro, soja e
automóveis, que são os principais produtos exportados, tinham valor, neste
mesmo ano, de US$ 25,36; US$ 223,08 e US$ 6 523,88; respectivamente, por
tonelada.
Outros dados estatísticos parecem animar
no início, mas são preocupantes neste contexto: de 1997 a 2006, por exemplo,
segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
o volume de importações passou de cerca de 7% do PIB para 8% e o volume de
exportações de 6% para 13%. Porém, como vimos, os produtos importados e
exportados possuem valor agregado diferente. A queda no preço das commodities é
um fenômeno que ocorre desde a década de 1990, justamente o período em que o
Brasil voltou a ter crescimento e predominância de produtos primários em sua
pauta de exportação.
Para produzir coisas de maior valor
agregado, é preciso crescer no que se refere a ciência e tecnologia, desenvolvimento
de pesquisas e crescimento no ramo de produção de hardware e software. No ramo
tecnológico, o Brasil é considerado, segundo classificação mundial em produção
e uso de tecnologia, como seguidor dinâmico. Pode parecer estranho no início, mas,
computadores mais potentes indicam nação com maior desenvolvimento. Isto porque
se permite ter maior agilidade e resultados mais confiáveis em simulações de
computador em métodos de elementos finitos e/ou volumes finitos, que são
usados, nas mais diferentes ciências de desenvolvimento tecnológico,
substituindo os métodos mecânicos de teste, e permitindo a otimização na
produção. Não basta apenas adquirir computadores, celulares, tablets, ... e
demais gadgets tecnológicos. É preciso crescer urgentemente neste setor.
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